O Governo Federal e a secretaria extraordinária de Reconstrução do Rio Grande do Sul já consideram a possibilidade de o Aeroporto Internacional Salgado Filho permanecer fechado por mais de seis meses. A informação é do colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, do Rio de Janeiro.
De acordo com o bem informado jornalista, o período até a reabertura do Salgado Filho dependerá das condições da pista e outras infraestruturas, especialmente radares e redes de energia e tecnologia. “Uma avaliação precisa dos danos só poderá ser feita quando as águas baixarem”, informou Lauro Jardim.
Felipe Brasil Viegas, coordenador do Curso de Engenharia Civil da Escola Politécnica da PUC-RS, afirmou ao Globo que a pista do aeroporto possui uma estrutura especial e deve ter resistido às águas. No entanto, as áreas de táxi e estacionamento de aviões podem ter sido comprometidas. “No mínimo, terão que ser recapadas”, disse ele, acrescentando que provavelmente o terminal terá uma “retomada provisória e gradativa”.
O gestor de crises e investigador de acidentes aeronáuticos Maurício Pontes acredita que o sistema de sinalização de voo por instrumentos precisará ser substituído após a baixa das águas. Trata-se de um conjunto de equipamentos caros e personalizados, o que pode atrasar a reabertura do Aeroporto Internacional Salgado Filho.
O consultor internacional na área de aviação e co-fundador da Azul, Panda Beting, estima que o aeroporto não estará operando antes de setembro. “A destruição é muito grande. Muita coisa eletrônica que não é feita para estar debaixo d’água está debaixo d’água. Depois que a água baixar, milhares de quilômetros de cabos terão que ser refeitos do zero”, mencionou em um podcast.
Vale lembrar as palavras do então ministro Eliseu Padilha: “Não é admissível construir um aeroporto no mesmo nível de um rio. Pode acontecer uma catástrofe”. O ex-ministro, já falecido, queria construir o Salgado Filho em Nova Santa Rita. Ele estava certo.