Cumprindo promessa de campanha, o prefeito reeleito de Cachoeirinha Cristian Wasen (MDB) vai criar uma secretaria específica para a Cultura, que será desmembrada da atual pasta de Esporte, Lazer e Turismo. Porém, ainda não há definição sobre nomes cogitados para assumir a nova secretaria.
Sabe-se que a atual pasta de Esportes seguirá sendo comandada por Ildo Júnior, filho da vereadora Jussara Caçapava (Avante). Emancipada, a nova secretaria poderá também mudar de endereço, saindo do atual prédio onde está a pasta da Educação e sendo abrigada na Casa do Leite ou Casa de Cultura Demósthenes Gonzalez.
O prefeito deve criar outras duas secretarias. Uma das é a da Comunicação sob a direção do atual gerente de comunicação, Tiago Almer. A outra sairá da pasta de Desenvolvimento Econômico e Trabalho, sendo que a vereadora Sueme Pompeo de Mattos segue no comando da pasta. Já a parte desmembrada deve ser assumida a partir de indicação do PL (Partido Liberal), que elegeu o vereador Mano do Parque e a suplente Claudinha Frutuoso.
A intenção do prefeito, segundo informações de bastidores, é realizar uma reforma administrativa com remanejo de cargos na nova estrutura. O ex-prefeito Vicente Pires (Republicanos) que não se elegeu como vereador pode ser um dos novos integrantes do Secretariado. Pires assumiria a Secretaria de Governo, mesma função que exerceu durante a gestão do prefeito José Luiz Stédile.
Emancipação de secretaria de Cultura agrada classe artística
O anúncio de criação da Secretaria Municipal de Cultura foi celebrado por setores da classe artística local. Nas três ocasiões, em que as áreas da Cultura e do Esporte estiveram juntas, uma ou outra ficou em segundo plano, porque é muito difícil encontrar, entre os indicados pelos vereadores ou pelos partidos para ocupar o cargo de secretário, alguém com perfil adequado para gerir ambas.
Para a produtora cultural Sônia Zancheta, responsável pelo Instituto Ágora, o próximo secretário terá o desafio de tirar do papel o projeto conquistado por Cachoeirinha, pelo edital Iconicidades, do Governo do Estado, para que a Casa da Cultura seja, enfim, transformada em um equipamento cultural capaz de atender as demandas da cidade.
“Fiquei preocupada, no entanto, em saber que há o risco de colocarem, à frente da Cultura, como feito várias vezes anteriormente, alguém sem formação ou experiência em gestão cultural ou mesmo interesse na área. E, por outro lado, espera-se que se empenhe para que Cachoeirinha passe a contar com uma política municipal da Cultura digna de ser chamada por este nome e que regularize sua situação no Sistema Nacional de Cultura, o que requer que estejam em pleno funcionamento (e não só no papel), entre outras questões, o Conselho Municipal de Política Cultural, o Fundo da Cultura de Cachoeirinha e o Plano Municipal de Cultura”, argumentou a produtora.
Outra cobrança da classe artística é a reativação do FUCCA (Fundo de Cultura de Cachoeirinha), que não abre inscrições desde 2021. Cogita-se que o Fundo retorno em 2025, com orçamento dobrado em relação a última edição do edital, que distribuía R$ 100 mil para a seleção de dez projetos com premiação de R$ 10 mil para cada contemplado. Ou seja, atualizados, o orçamento poderá dobrar e até triplicar de valor conforme o orçamento.
“Quanto ao Fucca, faz anos que fazedores da Cultura enfatizam a importância de que conte com CNPJ, para que possa receber recursos de outras fontes, mas isto nunca foi levado a sério”, concluí Zancheta.