Blog do Chico Pereira

Chico Pereira nasceu em Gravataí, habilitado em jornalismo (DRT 10548) possui 35 anos de colunismo. Trabalhou no Jornal do Comércio, Folha do Vale, Correio de Gravataí e Jornal Momento Regional, trabalhou também em rádio e tv.

É sócio fundador da Federação Brasileira de Colunistas e Associação dos Colunistas do Rio Grande do Sul, e recentemente recebeu homenagem na Assembleia Legislativa do RS, em reconhecimento ao seu trabalho na área da comunicação.


Gravataí receberá o Método Wolbachia em 2025 para reforçar o combate à dengue

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Gravataí será uma das cinco cidades do Rio Grande do Sul a receber o Método Wolbachia em 2025, um novo meio que vai auxiliar e complementar as ações já adotadas pelo município no controle e no enfrentamento à dengue. O anúncio foi feito ontem durante evento realizado na PUCRS, em Porto Alegre, pelo Ministério da Saúde, que destinará os recursos para a implementação da iniciativa a partir do próximo ano. 

“Nossas equipes realizam trabalho permanente e diário de combate ao Aedes aegypti. Essa ação vem ao encontro disso, à medida que será mais uma aliada no controle do mosquito. Reforçamos que é muito importante que as pessoas façam a sua parte, não deixando água parada, bem como seguindo todas as recomendações preventivas”, destaca o secretário municipal da Saúde, Régis Fonseca, que esteve presente no seminário junto a representantes da Secretaria Municipal da Saúde (SMS).

Durante painel sobre as ações para fortalecer as ações voltadas ao enfrentamento à dengue e demais arboviroses, o secretário adjunto da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Rivaldo Venâncio, reforçou a importância do método contra a doença. “A dengue é uma enfermidade que em 95% das situações pode ser tratada, mas que pode evoluir a óbito. O objetivo geral do plano é reduzir os casos prováveis e o número de óbitos por dengue, chikungunya, zika vírus e oropouche”, afirmou.

O secretário também elencou seis eixos fundamentais para a diminuição dos casos da doença, como a prevenção, a vigilância, o controle vetorial e a organização da rede assistencial – medidas trabalhadas diariamente pela Vigilância em Saúde (Viemsa) de Gravataí. Além de Gravataí, as cidades de Canoas, Novo Hamburgo, Pelotas e Novo Hamburgo foram selecionadas para a implementação do Método Wolbachia no ano que vem no Rio Grande do Sul.

Durante o evento, a diretora do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) da Secretaria da Saúde do RS (SES/RS), Tani Ranieri, apresentou o cenário epidemiológico da dengue no Estado neste ano, mostrando as taxas de incidência da dengue por município e elencando as ações de apoio para o controle da dengue. Até o momento, o Rio Grande do Sul tem 281 óbitos pela doença, distribuídos em 95 municípios gaúchos.  

Entenda o Método Wolbachia

Conforme o Ministério da Saúde, a Wolbachia é uma bactéria presente em cerca de 60% dos insetos, inclusive em alguns mosquitos. No entanto, não é encontrada naturalmente no Aedes aegypti. Quando presente neste mosquito, a bactéria impede que os vírus da dengue, Zika, Chikungunya e febre amarela se desenvolvam dentro dele, contribuindo para redução das doenças.

O método funciona da seguinte maneira: mosquitos Aedes aegypti com Wolbachia são liberados para que se reproduzam com os Aedes aegypti locais, estabelecendo, aos poucos, uma nova população dos mosquitos, todos com Wolbachia.

Com o tempo, a porcentagem de mosquitos que carregam a Wolbachia aumenta, até que permaneça estável, sem a necessidade de novas liberações. Este efeito torna o método autossustentável e uma intervenção acessível a longo prazo. 

Os Wolbitos, como são chamadas as estações disseminadoras, não são transgênicas, ou seja, não há qualquer modificação genética no método, e também não transmitem doenças. A wolbachia não pode ser transmitida para humanos ou outros mamíferos. As localidades de implementação do método em cada cidade serão definidas em conjunto por Estado e municípios, a partir de critérios técnicos. 

Ações de prevenção contra a dengue

Diariamente, a Viemsa de Gravataí realiza o atendimento às denúncias, o monitoramento de pontos estratégicos e as ações de educação junto à comunidade. Além disso, realiza bloqueios de transmissão vertical, conhecidos como fumacês, em locais com casos confirmados da doença.

Para mais orientações sobre suspeita de dengue, os contatos podem ser feitos pelos telefones (51) 3600 – 7908 e (51) 3600 – 7909. Também é essencial a colaboração de cada morador para que o vetor da dengue seja contido, fazendo com que a localidade esteja resguardada da doença, por meio de medidas como evitar água parada, guardar pneus em locais cobertos e remover folhas e objetos das calhas. 

Cerca de 10 minutos de atenção por semana são suficientes para resolver a proliferação do Aedes aegypti, visto que apenas com esse tempo já é possível que a população faça a limpeza de locais onde os mosquitos podem se proliferar. Na presença de sintomas, mesmo que leves, todas as 30 unidades de saúde municipais são referência para o atendimento do indivíduo com sintomas de dengue.

Além disso, a SMS mantém disponível a vacina contra a dengue para crianças e adolescentes dos 10 aos 14 anos. O imunizante segue sendo disponibilizado em todas as 30 unidades de saúde de Gravataí, com esquema vacinal composto por duas doses, com intervalo de 90 dias entre elas.

Como eliminar focos do mosquito transmissor da dengue:

– Mantenha a caixa d’água bem fechada;
– Evite água parada, em qualquer época do ano;
– Preencha os pratos de vasos de plantas com areia até a borda ou lave-os uma vez por semana; 
– Mantenha piscinas limpas e com água tratada;
– Guarde pneus em locais cobertos;
– Mantenha a lixeira bem fechada e descarte o lixo corretamente;
– Remova folhas e objetos das calhas;
– Deixe garrafas sempre viradas com a boca para baixo;
– Limpe com escova ou bucha os potes de água para animais uma vez por semana.

Sintomas da doença (caso apresente alguns destes sintomas, procure uma unidade de saúde mais próxima):

– Dor de cabeça;
– Febre alta, acima de 38ºC;
– Dores musculares e nas articulações;
– Manchas vermelhas na pele;
– Dor atrás dos olhos;
– Náuseas e dores abdominais;
– Em casos mais graves, pode haver hemorragia e perda de líquido



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