Educar pensando no meio-ambiente e em uma construção coletiva que busque a preservação é um dos objetivos do projeto Barco-Escola. Por isso, na manhã desta quinta-feira, 14, o Conselho Municipal de Meio Ambiente de Gravataí (CMMA) encerrou as atividades de 2023 com um passeio-aula pelo Rio Gravataí, a bordo do barco. A 10ª e última reunião ocorreu na Comunidade Lírio dos Vales, em parceria com o Projeto Rio Limpo, da Associação de Preservação da Natureza do Vale do Gravataí (APN-VG).
O secretário do Meio Ambiente (Sema) Diego Moraes agradeceu a presença de todos e afirmou que o CMMA é um espaço de debate, conversa e troca de conhecimentos.
“Está é uma reunião festiva, para comemorar o trabalho do Conselho e a dedicação daqueles que trabalham esta pauta. Muito do que está sendo aplicado na secretaria veio das reuniões. Precisamos da comunidade ativa e interessada pelo meio-ambiente, pela sustentabilidade e por defender nossos tesouros naturais”, ressaltou.
“O Conselho é da comunidade, aqui desenvolvemos políticas públicas que podem e são implementadas no município. Queremos mostrar o que a comunidade de Gravataí tem feito na questão do meio-ambiente, pois estes projetos, estas políticas não podem estar só no papel, precisam estar lá, sendo debatidas e colocadas em prática”, explica o presidente do Conselho José Alberto Cariolatto Pinheiro.
Barco-Escola
“O barco tornou o rio público, ele é para as pessoas conhecerem o Rio Gravataí”. Foi assim que o coordenador do projeto Rio Limpo, o geólogo Sérgio Cardoso, iniciou o passeio do Barco-Escola. Com 1h30 de duração, a viagem percorre a Área de Proteção Ambiental (APA) do Banhado Grande, a maior unidade de conservação do Rio Grande do Sul, segundo Sérgio.
Tendo realizado mais de 300 viagens, o barco tem como objetivo educar e buscar, em parceria com a comunidade, a conscientização sobre a necessidade da preservação do rio.
O geólogo também explica que, conforme Gravataí cresce, o rio precisa ser levado em consideração. “Devemos enxergar o planejamento das cidades como uma forma de proteção dos recursos hídricos. A questão da falta de água é uma questão de planejamento, de fazer a coisa certa na hora certa”, explicou.
De acordo com o secretário Diego Moraes, o barco escola, em 2024, trará as crianças para dentro do Rio Gravataí, possibilitando uma vivência prática do que é aprendido em sala de aula.
“Contratamos 50 viagens para fazer este passeio dentro do Barco-Escola. Precisamos de atividades como esta para mostrar a importância e a necessidade de cuidarmos da nossa cidade e da nossa natureza. Fazendo isso com as crianças, estamos criando adultos conscientes e responsáveis”, afirma.
Sérgio também explicou que aproximadamente 1 milhão de pessoas dependem da Bacia Hidrográfica do Rio Gravataí e que a fama de ser um dos mais poluídos do Brasil “não é bem assim”. De acordo com o geólogo, 30% do rio é poluído, enquanto 70% de toda a sua extensão está em boas condições.
Ao final do passeio ele destaca que o Rio Gravataí precisa ser preservado e que a APN-VG, em parceria com o CMMA e com a Sema, está trabalhando com esse objetivo, trabalhar a conscientização e a educação das comunidades.