A população de Gravataí já pode ter uma ideia de como ficará o projeto da Rua Coberta, parte do Novo Centro. Pautada na sustentabilidade e acessibilidade, na tarde da última quarta-feira, 27, foi entregue à comunidade a primeira fase da obra. Com a retirada dos tapumes, a população já pode acessar uma nova parte da Praça da Bíblia, em frente à Paróquia Nossa Senhora dos Anjos, a Igreja Matriz.
O prefeito Luiz Zaffalon lembra que o projeto gerou polêmica logo no início das obras, mas que a Prefeitura sempre esteve atenta para toda a questão ambiental e obedeceu a legislação, sempre com foco na sustentabilidade e no respeito ao meio-ambiente.
“Compreendo o receio que este projeto gerou, mas, assim como todos os moradores de Gravataí, quem trabalha na Prefeitura também tem carinho e amor pela nossa cidade. Jamais faríamos algo que iria prejudicar nosso município. Esta obra veio para melhorar as nossas praças e garantir segurança e um espaço mais sustentável para a população”, explica.
Zaffalon também destaca que, além disso, a nova área trará vida ao Centro da cidade e irá gerar mais de uma centena de empregos. Ao final das obras, que já estão em 70%, o local contará com espaços comerciais, ciclovia, quadra poliesportiva, playground, academia ao ar livre e a possibilidade de receber eventos como a Feira do Livro municipal.
Sustentabilidade
O espaço, que teve custeio da iniciativa privada, dispôs de um estudo ambiental para preservar a flora do local e também para o reaproveitamento da água da chuva, contando com um reservatório subterrâneo de 50 mil litros. Este depósito possibilitará a irrigação de todas as árvores e plantas do espaço e também, caso necessário, a prevenção de incêndios.
O funcionamento do sistema de irrigação ocorre duas vezes ao dia, em horários que sejam mais benéficos às plantas. Dessa forma, o sistema de irrigação também não atrapalha a circulação de quem deseja aproveitar o novo espaço.
Responsável pela empresa licitada que está à frente da Rua Coberta, a Praça Mall LTDA, o empreendedor André Busnello explica que o sistema de irrigação tem como objetivo equacionar a necessidade de água das plantas e da população.
“A irrigação das áreas verdes do complexo é feita com água de reuso, captada dos telhados do empreendimento e armazenadas em cisterna subterrânea, cujo acionamento é automático, sempre à meia-noite e às seis horas da manhã”, aponta.
Além disso, durante a obra, também foi feita a poda de árvores, garantindo a saúde das espécies que ficaram no local e o plantio de oliveiras e butiazeiros. Em contraponto à retirada de árvores que representavam risco à sociedade, por estarem com o interior podre, 397 mudas serão utilizadas em novos projetos de arborização na cidade. O plantio será feito em novas praças e também na recomposição de mata ciliar.
De acordo com a chefe da Divisão de Apoio técnico da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Sema) Isabela Kirsten, o projeto seguiu a legislação e, com cautela, foi feito um estudo para manter as árvores que já existiam no espaço e não ofereciam risco à população.
“Preservamos todas as árvores e plantas que não apresentavam nenhum tipo de risco de queda. Ou seja, aquelas que não estavam com interior podre ou podiam vir a cair por conta de eventos climáticos intensos. As demais foram transplantadas e somente em último caso foram cortadas. O objetivo do projeto foi preservar e garantir a segurança de quem circula pelo local, bem como permitir a acessibilidade para todos”, concluiu.