Lúcia Meirelles é sócia e idealizadora da startup Ostera, que foi premiada na categoria mais escalável durante a Startup Competition do South Summit Brazil (SSB) 2024. A Ostera existe há quatro anos e é formada por cientistas e profissionais clínicos com o objetivo de otimizar os processos de fertilização in vitro, aproximando ciência e clínica. Conforme a fundadora, a empresa conseguiu migrar da pesquisa para a prática quando recebeu fomento via edital 07/2019 do programa Centelha, iniciativa da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs).
“Começamos como empresa mesmo em 2020, quando participamos do Centelha, que foi um edital para tirar as ideias do papel. Ganhamos capital para estruturar a empresa, abrir o CNPJ e, a partir disso, começamos a direcionar os resultados da pesquisa para o mercado de uma maneira que pudesse auxiliar as pacientes”, contou Lúcia.
No edital do Centelha, a Ostera recebeu R$ 66.680,00. Depois disso, a startup ainda participou e garantiu recursos em mais dois editais. No edital do programa Techfuturo, de 2020, o aporte foi de R$ 100 mil e, no programa Doutor Empreendedor, de 2022, o recurso foi de R$ 181.998,15. “Hoje, continuamos viabilizando a Ostera por meio de editais de fomento público. O papel do governo foi fundamental. Se não fossem esses auxílios, provavelmente a Ostera não existiria”, relatou.
A idealizadora da Ostera contou que a empresa começou dentro da universidade. “Sou pesquisadora e sempre quis trabalhar com pesquisa aplicada. Então, quando decidi que ia trabalhar com reprodução assistida e fertilidade, busquei uma clínica em Porto Alegre, a ProSer. Esse espaço abriu as portas para fazermos pesquisa, e como estávamos lá dentro e a pesquisa era para ser aplicada, a gente também buscou caminhos que pudessem, um dia, ajudar tanto as clínicas quanto os pacientes”, destacou.
Para Lúcia, ter vencido a categoria mais escalável do SSB 2024 abrirá muitas portas. “Essa premiação tem um significado gigante em visibilidade, porque agora muitas pessoas nos conhecem e podem nos ajudar a alavancar. Além disso, a premiação nos deu um gás interno muito grande. Vimos um júri extremamente qualificado entender que nosso negócio é escalável e impactante na vida das pessoas. Não é fácil levar pesquisa de ponta de dentro da universidade para o mercado. É um trabalho longo que exige persistência”, refletiu.
A pesquisadora acredita que iniciativas como o SSB têm o poder de fazer as ideias saírem do papel. Para ela, o evento ser realizado em Porto Alegre demonstra um grande potencial do ecossistema do Estado e da cidade. “O evento mostra um interesse do poder público e da iniciativa privada de promover conexões para que as startups possam desenvolver um trabalho e ter oportunidades que não aconteceriam em outro lugar. São três dias de evento, mas que podem valer por anos. São muitas potências reunidas em um mesmo lugar. Isso é fundamental para o ecossistema de inovação e impacta diretamente a população”, comentou Lúcia.
Sobre o futuro da Ostera, Lúcia está otimista e com planos de expandir os negócios, aproveitando o sucesso do SSB. “Queremos ir além da fertilização in vitro, do congelamento de óvulos. A Ostera quer se colocar como um referencial no planejamento reprodutivo de todas as pessoas, seja no caminho de ter seus filhos ou não. Com a visibilidade do South Summit, queremos buscar um investidor que nos ajude a expandir para outros estados e, depois, para o mundo.”
Também são sócios da Ostera Marco Antônio De Bastiani, bioinformata; Fábio Klamt, conselheiro científico; e Carlos Link, médico da ProSer e conselheiro de vendas.