As exportações de automóveis brasileiros vivem um dos melhores momentos dos últimos anos. A Anfavea revisou sua projeção para 2025, elevando a expectativa de alta de 7,5% para 38,4%, o que pode significar mais de 552 mil veículos exportados. Esse desempenho é puxado principalmente pela Argentina, que entre janeiro e julho comprou 183.905 unidades, um salto de 156,5% em relação a 2024. Com isso, o país vizinho passou a responder por quase 60% das exportações brasileiras do setor, contra 35% no ano anterior, consolidando-se como principal destino dos automóveis nacionais.
Em maio, as vendas externas cresceram 86% em relação ao mesmo mês de 2024, alcançando US$ 570 milhões, o melhor resultado para o período desde 2017. No acumulado de 2024, os embarques para a Argentina já haviam registrado alta de 50% no volume e 60% no valor, somando US$ 2,58 bilhões em faturamento. Esse avanço compensa a retração do mercado interno, impactado por juros elevados e incertezas globais, e reforça a estratégia das montadoras brasileiras de apostar cada vez mais no comércio internacional.
Além da Argentina, outros países como Colômbia, Chile e Uruguai também ampliaram suas compras, ajudando a diversificar os destinos e a dar maior estabilidade à produção nacional. O cenário mostra que, mesmo diante de desafios internos, a indústria automotiva brasileira encontra nas exportações uma válvula de escape capaz de sustentar empregos e investimentos no setor.
Em Gravataí, a General Motors se beneficia diretamente desse movimento. A fábrica, que completou 25 anos em 2025, retomou dois turnos de produção após layoff e lançou os novos Onix e Onix Plus, líderes em vendas. A unidade gaúcha ainda receberá R$ 1,2 bilhão em investimentos para fabricar um SUV inédito, reforçando seu papel estratégico no abastecimento do mercado interno e no crescimento das exportações brasileiras.




