A disputa pelo comando do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Artefatos de Borracha de Gravataí (STIAB) ganhou novos contornos após decisão da Justiça do Trabalho que garantiu a inscrição da Chapa 2 no processo eleitoral. O grupo é formado por 24 trabalhadores, em sua maioria ligados à empresa Prometeon, que buscaram apoio jurídico junto ao advogado Deivti Dimitrios e sua equipe para viabilizar a candidatura. O pleito está marcado para os dias 27, 28 e 29 de outubro de 2025 e definirá a diretoria da entidade para o período de 2026 a 2030.
Inicialmente, o registro da Chapa 2 havia sido negado pelo presidente do sindicato, Flávio de Quadros, que também é candidato à reeleição pela Chapa 1. A negativa levou os oposicionistas a recorrerem ao Judiciário, que deferiu liminarmente o pedido de inscrição, determinando que a secretaria da entidade efetive a inclusão no prazo de 48 horas, sob pena de multa diária em caso de descumprimento.
Além de autorizar a participação da Chapa 2, a decisão da 4ª Vara do Trabalho de Gravataí proibiu a Chapa 1 de realizar propaganda antecipada. O juiz substituto Paulo Pereira Muzell Junior determinou a retirada imediata de qualquer menção institucional à candidatura da situação em publicações do sindicato, sob pena de desequilíbrio no processo eleitoral. A medida busca garantir igualdade de condições entre os concorrentes.
O edital de convocação para a eleição já havia sido publicado em 25 de agosto, estabelecendo regras de participação e a logística de coleta de votos. Serão utilizadas três urnas, distribuídas em pontos estratégicos: duas na sede da entidade e uma na empresa Prometeon Tyre Group. Estima-se que mais de dois mil trabalhadores estejam aptos a votar, tornando a eleição uma das mais disputadas da história recente do STIAB.
Com a decisão judicial, a expectativa é de uma campanha intensa e polarizada. A atual gestão, que busca continuidade por meio da Chapa 1, enfrentará uma oposição fortalecida pela atuação jurídica de Deivti Dimitrios e de seu grupo de advogados, que viabilizaram a presença da Chapa 2 no pleito. O episódio reforça o papel da Justiça do Trabalho como instância garantidora da democracia sindical e da participação ampla dos trabalhadores nas decisões de suas entidades representativas.
A eleição promete ser marcada por forte mobilização e debates sobre os rumos do sindicato nos próximos quatro anos. Com dois grupos oficialmente na disputa, os trabalhadores terão a oportunidade de escolher entre a manutenção da atual administração ou a renovação proposta pela oposição, em um processo que deverá ter atenção redobrada para garantir lisura, transparência e representatividade.




