Vaias, trocas de farpas e suposta agressão ao prefeito de Cachoeirinha, Cristian Wasem (MDB). Este foi o roteiro do último protesto realizado por associações de moradores de diversos bairros da cidade durante manifestação em frente à Prefeitura de Cachoeirinha, na Avenida Flores da Cunha, ocorrida na tarde de sexta-feira (4).
Faltando um mês para completar um ano da maior tragédia climática do Rio Grade do Rio do Sul, os moradores atingidos pelas águas do Rio Gravataí, voltaram a protestar a protestar na porta do Paço Municipal, exigindo estudos técnicos, projetos e definições de datas que darão início às obras de contenção do sistema de cheias no municipio.
Com faixas, apitos e pedidos de socorro, cerca de 100 moradores, se posicionaram na calçada e reivindicaram a presença do prefeito para uma série de explicações e esclarecimentos sobre as promessas não cumpridas.
Na presença do gestor, houve vaias, e por minutos, o clima ficou tenso. De forma reservada, Cristian recebeu um grupo de moradores. Sites ligados ao governo municipal reclamaram de agressão contra o prefeito durante o manifesto, além de acusar os populares de massa de manobra de partidos de esquerda – o que foi negado pelos participantes do ato, alegando que não eram partidários. O representante da comissão dos moradores do Parque da Matriz, da Vila Jardim América e Vila Eunice Velha, Elenilso Portela, diz que o número de pessoas que compareceu no ato demonstrou o descontentamento da comunidade e a preocupação das famílias com a ocorrência de novos alagamentos. “A partir de agora vamos tentar outros movimentos. Ministério Público e audiência na Câmara de vereadores.”, acrescentou o líder comunitário, que não pensa em recuar nos manifestos até que as súplicas dos populares sejam atendidas.
O secretário de Planejamento de Cachoeirinha, Paulo Garcia, enfatizou que existem ao menos dois projetos elaborados pela Administração Municipal sobre o sistema de contenção das cheias especificamente para aquela área do do Parque da Matriz e arredores, que contempla a construção de um dique. Além de um projeto maior, integrado e complexo, que compreende os rios do Sinos, Gravataí, Guaíba e Jacuí.
Entretanto, diz ele, a administração aguarda por aporte de recursos do governo federal. Com relação ao Arroio Passinhos, ainda de acordo com o secretário, existe um projeto que contemplaria um trecho extenso da Rua Telmo Dornelles orçado em cerca de R$ 30 milhões. Trata-se de um segundo projeto que prevê a reconstrução de parte da tubulação, que colapsou pelas enchentes de maio de 2024, juntamente com a limpeza do Passinhos, redimensionando e fazendo elevações das áreas que foram destruídas com a força da água, propondo a construção de uma casa de bombas naquela área.
Esse projeto, segundo Garcia, foi orçado em cerca de R$ 40 milhões e também foi cadastrado junto a Defesa Civil do governo federal. No entanto, o responsável pela pasta lamenta, que ambos foram indeferidos pela União. “Caso fossem aprovados, beneficiariam aproximadamente 4 mil famílias somente na área do Parque da Matriz. Aguardamos que eles sejam reavaliados”, revela.