A família paladinense, em especial o Paladino Tênis Clube, está de luto. A bandeira do clube está a meio mastro na data de hoje pelo falecimento do ex-presidente Oscar Donga, aos 92 anos.
Figura popular em Gravataí, principalmente no futebol e na sociedade, foi um dos melhores presidentes da história da entidade, destacando-se também pelas grandes promoções e eventos que iniciaram na década de 1960, incluindo as obras de transformação na agremiação (piscinas, quadras de tênis, ginásio de esportes, etc).
Oscarzinho, como ficou conhecido, era casado com Lisete Saraiva Donga, há 63 anos e tiveram cinco filhos. Recentemente, o amigo Chico Pereira fez uma publicação pela passagem do seu aniversário, com centenas de comentários e elogios pela tradição de muitas amizades na cidade.
Mesmo com 92 anos, completados no último dia 5 de dezembro, Donga fazia parte do conselho deliberativo do clube. Para o atual presidente do conselho, Paulo Alves Torres, Donga era uma voz muito respeitada. O presidente da agremiação Alceu Ribeiro determinou luto de cinco dias.
Perfil
Sempre rodeado de amigos e repleto de boas histórias a serem contadas e ouvidas por quem ali passava na Rua Coberta, Donga foi uma das figuras mais probas da cidade.
Nascido e criado no centro de Gravataí, fez carreira na Polícia Civil como comissário.
Em 1969, foi presidente do Paladino, mesmo sendo oriundo do rival, o Alvi Rubro. No Paladino, presidiu na reta final do clube, que à época atuava profissionalmente no futebol da região e do Estado.
Além do vínculo desde jovem com o C. E. Alvi Rubro, também presidiu o Paladino. Ele atuou no Cerâmica e no Encantado (cidade localizada a 144 quilômetros de Porto Alegre).
Ainda no Paladino, em 1970, Donga chefiou a comissão de obras que teve a missão de construir as famosas piscinas, além dos ginásios que entraram na gestão de Luiz Carlos Brambila e que foram construídos sobre o campo de futebol que existia nas dependências do clube.
Mesmo iniciando jogos de bingo para arrecadar capital para o futebol, em conversa com outra personalidade de Gravataí, Darci Soares Fonseca, Donga e seu conselho bateram o martelo pelo fim das atividades profissionais no futebol, que foram encerradas na próxima gestão.
A principal motivação para essa atitude foi que o Paladino corria risco de fechar as portas, pois os atletas começaram a pedir valores altos para continuar jogando e, caso não recebessem, futuramente poderiam colocar o clube na justiça como aconteceu com o Cerâmica.
Além de músico multi instrumentista e desportista, Oscar foi o grande idealizador dos blocos carnavalescos Solteironas Aflitas e Zum Zum em 1950, inspirando Chico Pereira a colocar o mesmo nome na danceteria Zum Zum.
Como um presidente que sempre deu vida socialmente muito ativa ao hoje Paladino Tênis Clube, Donga deixará muitas saudades à família e aos melhores amigos de uma Gravataí muito diferente do que ele viveu no passado. Viu o progresso e chegou, mesmo aos 92 anos aplaudir a Rua Coberta, como se fosse um jovem de tanto entusiasmo com o futuro da sua cidade.
Antes de falecer, sentado na Rua Coberta, em frente à Igreja Matriz, chamou Chico Pereira que passava pelo local . “Meu amigo, antes de morrer quero que tu consigas colocar as placas indicativas no nome do meu pai, na rua Antônio Donga”, disse. “Ele viu as placas, agradeceu com lágrimas nos olhos e me deu uma garrafa de vinho”, comentou Chico.
O casal também foi Imperador da Frsta do Divino na Igreja Nossa Senhora dos Anjos de Gravataí.
Hoje veio essa notícia por demais triste, no entanto, Oscar viveu intensamente, como poucos, e sempre estará no mais alto pódio da história de Gravataí, merecendo muitas homenagens.
Despedida amanhã, na Funerária Coração Eterno às 7h e sepultamento à tarde.