Blog do Chico Pereira

Chico Pereira nasceu em Gravataí, habilitado em jornalismo (DRT 10548) possui 35 anos de colunismo. Trabalhou no Jornal do Comércio, Folha do Vale, Correio de Gravataí e Jornal Momento Regional, trabalhou também em rádio e tv.

É sócio fundador da Federação Brasileira de Colunistas e Associação dos Colunistas do Rio Grande do Sul, e recentemente recebeu homenagem na Assembleia Legislativa do RS, em reconhecimento ao seu trabalho na área da comunicação.


HISTÓRIAS & PERSONAGENS: BERETTA, O MULTICAMPEÃO COLORADO QUE “PAROU” MARADONA EM BARCELONA

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Berettinha lembrou dos tempos da gurizada do Cerâmica, treinada pelo ex-prefeito José Mota, quando jogamos no mesmo time

Prestes a completar 69 anos, o ex-lateral João Carlos Grizza Beretta, é considerado o maior nome do futebol profissional da Aldeia dos Anjos. Um dos cinco filhos do casal Máximo Beretta e Evaldina Grizza Beretta, o histórico jogador multicampeão pelo Internacional mudou-se de sua cidade natal Osório com seus familiares para o município de Gravataí com apenas dois anos de idade. “Minha família que é de origem italiana de Osório e Santo Antônio veio para cá para trabalhar na antiga DEAL (Departamento Estadual de Abastecimento de Leite), que depois virou Corlac. Na época, Gravataí era uma cidade em formação e que recebia pessoas do interior do Estado para trabalhar em Porto Alegre, mas escolhiam a região porque os loteamentos eram mais baratos que os terrenos da capital. O futebol era o grande atrativo da cidade, assim como a missa dominical e os clubes como Veterano, Paladino e Alvi-Rubro”, descreve o ex-jogador sobre a cidade onde ele cresceu e descobriu o talento para o esporte.

Lateral, tanto direito quanto esquerdo, excelente marcador, também zagueiro e volante, Beretta começou pelo Arco-Íris de Gravataí, equipe de futebol amador em meados dos anos 60 e depois passou a fardar no Esporte Clube Vila Branca de Gravataí (também amador), em 1969.

Com Beretta atuando como zagueiro, o Vila Branca conquistou o campeonato municipal de Gravataí, em 1972. “O Arco-Íris foi um time de garotos da minha rua montado por um vizinho. Foi uma equipe pioneira no saibro com garotos da minha idade (15 anos) que logo em seguida fizeram parte do primeiro quadro do Vila Branca, onde fomos campeões na final contra o América”, lembra Beretta, com carinho do Vila, onde jogou até 1972.

Foi assim que o adolescente chamou a atenção de alguns apaixonados por futebol que o levaram para testes no Parque dos Eucaliptos, antiga cancha do Inter. Sua trajetória de títulos nos anos dourados do Colorado começou em 1974, ainda como juvenil, conquistou a Taça São Paulo de Juniores.

Em 1975, iniciou o curso de Administração na Faculdade São Judas Tadeu, em Porto Alegre, mas neste mesmo ano se profissionalizou no clube e a rotina de treinos, principalmente as viagens impediram que ele concluísse o curso.

Assumindo a lateral do clube, Beretta construiu mais de uma década de história defendendo a camiseta colorada. Foram 12 anos de Inter, com 12 participações nos Grenais, inclusive quase sempre anulando o centroavante gremista Tarcísio, além de três jogos pela Seleção Gaúcha. “Como profissional, foram 143 partidas de alegrias e muitas saudades”, recorda.

Aposentou-se no Colorado em 1984, tendo toda sua carreira profissional no clube, após conquistar diversos títulos entre os anos 70 e 80.

Foram sete títulos do Campeonato Gaúcho (1975, 1976, 1978, 1981, 1982, 1983 e 1984), além de figurar nas campanhas dos três títulos brasileiros, em 1975, 1976 e 1979.

HÁ 40 ANOS, PAROU MARADONA NO BARCELONA

O momento mais marcante na carreira de Beretta aconteceu na véspera de seu aniversário de 34 anos – no dia 24 de agosto de 1982, quando o Colorado Gaúcho enfrentou o Barcelona em confronto válido pela semifinal do Torneio Joan Gamper, diante de 100 mil pessoas no estádio Camp Nou, na capital da Catalunha. Na partida, Beretta recebeu uma missão ingrata do treinador colorado Ernesto Guedes: marcar o Diego Armado Maradona, até então o melhor jogador do planeta e que fazia sua estreia com a camiseta do time catalão justamente neste dia. Beretta praticamente anulou Dom Diego e o time gaúcho venceu nos pênaltis após empate no tempo normal por 0 a 0. A marcação implacável do ala gravataiense ganhou até destaque de capa no principal jornal de Barcelona com a seguinte manchete: “Beretta, implacable la marcación a Maradona”. O feito é lembrado até hoje pelos colorados, já que o Internacional é a única equipe de fora do continente europeu a ter conquistado o título do torneio, no qual venceu o Manchester City na decisão. Hoje, ao se lembrar deste fato, Berettinha diz, em tom de brincadeira, que estava tão obsessivo em marcar o argentino que quase foi junto com o craque para o vestiário do Barça. “Foi muito difícil, mas consegui neutralizar o Maradona. Eu tinha um excelente preparo físico e ele deve ter ficado muito irritado com a marcação. Tanto que só tocou uma vez na bola quando escorreguei. Após o jogo, foi ao nosso vestiário e pediu educadamente ataduras elásticas bastante usadas no Brasil. Ao receber um pacote de ataduras do massagista, agradeceu e foi embora”, recorda Beretta.

Depois de pendurar as chuteiras, Berettinha ainda foi supervisor do departamento amador do Inter, além de se aventurar na política. Foi presidente da Câmara Municipal de Gravataí em 2001 quando exerceu o cargo de vereador do município por quatro mandatos entre 1988 a 2004. Longe do futebol, hoje trabalha como administrador no ramo imobiliário (Quarto B Imóveis) e integra o Rotary Club de Gravataí.

Pai de dois filhos (do seu primeiro casamento), Filipe Schmitz Beretta e Diego Schmitz Beretta, o ex-jogador está casado com Selma Fraga desde 2004.



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