Foi condenado a 52 anos de prisão o réu Andrew Heger Ribas, acusado de ser responsável pela morte do seu avô Affonso Heger e a companheira dele Marlene dos Passos Stafford Heger, em Cachoeirinha, em 2022. A sentença saiu após o final do julgamento que terminou às 21h55min desta quarta-feira (06).
Mesmo o Conselho de Sentença considerando o réu o culpado, ainda cabe recurso da decisão. As penas aplicadas são de 52 anos, 5 meses e 10 dias de reclusão, mais 1 ano, 5 meses e 8 dias de detenção, pelos crimes de homicídio qualificado (2x), e os delitos conexos de ocultação de cadáver (2x), fraude processual, maus-tratos aos animais e resistência à prisão. O regime inicial de cumprimento é o fechado.
Segundo decisão do Conselho de Sentença, houve o afastamento da inimputabilidade do réu, que está internado no Instituto Psiquiátrico Forense (IPF), pelo que ele deverá ser encaminhado ao sistema prisional. Ele responde no processo por duplo homicídio qualificado — por motivo torpe e mediante dissimulação ou traição — contra seu avô e a companheira de Rubem. A mãe dele, que também figurava como ré no processo, faleceu em março de 2025.
O júri foi presidido pelo Juiz de Direito Márcio Luciano Rossi Barbieri Homem, da 1ª Vara Criminal da Comarca de Cachoeirinha.
A sessão teve início pela manhã de quarta, por volta das 9h, e foi realizada no Salão do Júri do Foro da Comarca local. Ao longo do dia, foram ouvidas oito testemunhas, sendo sete arroladas pela acusação e uma pela defesa. Em seguida, houve o interrogatório do réu, que negou participação no crime, mas assumiu que esteve presente na ocultação dos cadáveres.
O Ministério Público Estadual foi representado pelo Promotor de Justiça Caio Isola de Aro. Na Assistência de Acusação, estiveram as advogadas Brunna Lima Oliveira, Priscilla Helena Marmacedo Nunes Hainzenreder e Sara de Oliveira Dal Mas. O réu foi representado pelo advogado André Von Berg. O Conselho de Sentença foi formado por seis homens e uma mulher.
Entenda o caso
Conforme o Ministério Público, responsável pela acusação, mãe e filho se dirigiram à residência das vítimas, localizada na Vila Carlos Antônio, em 27 de fevereiro de 2022, onde cometeram o duplo homicídio. Após o crime, teriam obstruído a entrada da garagem com colchões e colocado os corpos dentro de um veículo Ford Fiesta, ocultando-os posteriormente. Os cadáveres nunca foram encontrados.
O júri dos dois chegou a ser marcado, porém, foi cancelado em 26 de novembro de 2024, para aguardar a realização de perícia em amostras das cinzas recolhidas na churrasqueira da casa dos acusados. Em colaboração premiada, homologada pela juízo, o réu apontou que os corpos das vítimas teriam sido queimados nesse local. O laudo não identificou vestígios dos corpos.




