Como parte do projeto de restauração do emblemático Casarão dos Bina, a Prefeitura de Gravataí, por meio da Secretaria Municipal de Governança, Comunicação e Cultura (SMGCC) promoveu um encontro entre agentes da cultura local e membros da família Bina. A atividade realizada nesta terça-feira, 18, contou com a presença de Breno Bina Kessler, neto de Carlos Bina e de seu filho Rafael, bisneto de Bina, que puderam levar um pouco da história do local e da família para os presentes, além de itens de acervo da família, que foram doados ao município.
A tradicional família Bina chegou em Gravataí em 1937, com a compra do local anteriormente chamado de ‘Sítio do Sobrado,’ e com a nomeação de uma das filhas de Carlos Bina, Maria, em concurso público para trabalhar como professora na cidade. A mais velha das três filhas, Zaida, foi a mãe de Breno, que recorda as memórias do local construído em 1882.
“São muitas lembranças aqui dentro. Desde os quartos, até os típicos churrasco feitos no jardim. Até casamentos, já aconteceram por aqui”, relata.
Quando questionado sobre o projeto de restauro, Breno enfatizou a importância do trabalho executado pela Prefeitura.
“A casa está ficando um espetáculo. Temos certeza que a Prefeitura fará um grande trabalho, transformando este espaço em um patrimônio histórico muito bem aproveitado”.
Apesar de não ter tido tantos momentos como o pai, Rafael, relembra com carinho os dias no Casarão.
“Chegar aqui é voltar no tempo. Tem árvores neste jardim, que eu lembro de ter plantado. São muitas memórias”.
Durante a visita ao Casarão, Breno entregou diversos itens como fotos, documentos, além da árvore genealógica da família Bina. As peças foram destinadas para a SMGCC, que será responsável pelo armazenamento e exposição das mesmas após a finalização do restauro do prédio.
Para a diretora de Cultura da SMGCC, Izabel Cristina, além do momento ser de grande valor histórico é repleto de emoção.
“As memórias, histórias que contamos, compõem os fios que tramam nossos caminhos, nos conectam e traçam nossa existência. Poder ouvir o Sr. Breno Bina, com seus relatos, fotografias e pertences do seu avô Sr. Carlos Bina, foi uma verdadeira aula de História e Patrimônio, acontecendo hoje, no momento presente, e que remonta ao início do século XX quando a família Bina passou a viver no antigo Casarão, marco histórico e patrimonial de Gravataí, conhecido como Casarão dos Bina e que se encontra em processo de restauro para entrega, em breve, à comunidade”, salienta.
O secretário da SMGCC, Giulliano Pacheco, ressaltou o quão especial é dar relevância para os projetos culturais e históricos.
“Sem o reconhecimento do passado a gente não entende o presente e não consegue projetar o futuro. A restauração do Casarão dos Bina é fundamental para contar a nossa história e será mais um equipamento para promover a cultura e a arte na nossa cidade”, destaca.
Responsável pelo setor de patrimônio da SMGCC e historiador, Carlos Albani, salienta que além do restauro, o encontro com Breno foi um privilégio para todos presentes.
“Como historiador, é muito empolgante e desafiador viver esse momento, acompanhando o restauro de um dos prédios mais bonitos de nossa cidade – e remanescente do século XIX. Além do privilégio de conhecer pessoalmente e aprender com as lembranças e emoções de Breno Bina. Assim, vamos conectando as temporalidades, proporcionando mais um espaço de cultura e memória para a comunidade, resgatando histórias marcantes do passado e criando novas histórias para o século XXI”, finaliza.
Acompanharam a visita a patrona da 35ª Feira do Livro de Gravataí, Vera Lúcia Barroso, a historiadora, Maria Inês, o representante do Museu Municipal Agostinho Martha, Pedro Martha, a conselheira de cultura, Helena Tohomassim, o historiador e escritor, Amon da Costa, a diretora social da Casa dos Açores, Ângela Fonseca, o fotógrafo, Julio Barbosa e a presidente da Casa dos Açores, Viviane Hunter.
A restauração
Construído em 1882, o histórico Casarão dos Bina está sendo restaurado pela Prefeitura de Gravataí. A partir da conclusão das obras, prevista para julho, um dos imóveis mais antigos do município passará a ser utilizado como museu permanente e espaço de cultura, convivência e local de eventos. O prédio em estilo arquitetônico luso-açoriano, que testemunhou a transformação de um pequeno povoado na quarta maior economia do Rio Grande do Sul, está em obras desde 2022.