O CIC (Centro das Indústrias de Cachoeirinha) está sendo investigado por suposto recebimento de R$ 1,2 milhões da Prefeitura Municipal de Cachoeirinha, conforme informações do Programa Boa Tarde RS. Segundo a denúncia, os valores foram destinados, entre março de 2024 a setembro de 2025, para a entidade presidida pela empresária Neiva Bilhar em troca de suporte político.
A justiça apura se houve “compra de influência” por parte da Prefeitura. A suposta prática ilegal envolvendo a administração municipal gerou denúncia e pode configurar diversos crimes graves, como tráfico de influência, corrupção ativa e passiva, e improbidade administrativa, sujeitando os envolvidos a sanções penais, civis e administrativas.
A denúncia sobre a suposta compra de influência pela Prefeitura circulou nas redes sociais após o suplente de vereador e policial militar da reserva, conhecido como Xereta, protocolar um novo pedido de impeachment contra o prefeito Cristian Wasem (MDB) e seu vice Delegado João Paulo Martins (PP). Na última quinta-feira, o novo pedido de cassação da chapa eleita em 2024 foi aprovado pela Câmara Municipal, por 13 dos 17 vereadores.
O documento, redigido pelo advogado Hendrix Gavião dos Santos (OAB/RS 118.155), apresenta um conteúdo mais robusto e detalhado, com 64 páginas que ampliam o número de acusações e incluem novos elementos contra o vice-prefeito — figura que, segundo fontes do Legislativo, havia sido pouco explorada na denúncia anterior.
Entre os oito eixos de supostas irregularidades listados, o texto menciona contratos sem licitação, direcionamento de serviços e favorecimento político. Um dos pontos destacados descreve que, durante o período em que assumiu a Prefeitura interinamente, João Paulo Martins teria anulado uma licitação em andamento para firmar, na véspera, um contrato emergencial de R$ 500 mil com uma empresa de limpeza.
A denúncia afirma que o acordo teria sido superfaturado e firmado em benefício de aliados políticos, com um custo mensal de R$ 250 mil para 55 funcionários, valor considerado muito acima do padrão de mercado.
Além das novas acusações, o texto propõe que a Câmara Municipal avalie solicitar ao Judiciário o afastamento temporário do prefeito, a fim de permitir o andamento das investigações sem influência do Executivo.
O Centro das Indústrias, por meio de sua diretoria, chegou a divulgar nota de apoio a atual gestão, destacando que, a parceria com prefeito e vice durante o período, o município alcançou resultados expressivos, figurando entre as 40 melhores cidades do Brasil para fazer negócios, sendo a segunda mais segura do Rio Grande do Sul e uma das que mais geraram empregos em 2025.
“Até o momento, não há apuração conclusiva que comprove conduta irregular dos gestores municipais. O CIC, portanto, repudia qualquer julgamento precipitado e reafirma que ninguém deve ser condenado sem provas concretas. O devido processo legal, a ampla defesa e a presunção de inocência são pilares fundamentais do Estado Democrático de Direito.
O CIC defende que os projetos e ações em andamento sigam normalmente, assegurando a continuidade do desenvolvimento da cidade. Caso surjam evidências de irregularidades, que a justiça seja aplicada com rigor e proporcionalidade”, diz parte da nota do CIC.




