Após a Câmara Municipal de Cachoeirinha aprovar a instalação de uma Comissão Processante (CP) para investigar a conduta do prefeito Cristian Wasem Rosa (MDB) e do vice Delegado João Paulo Martins (PP), que pode culminar com a cassação da chapa eleita em 2024, houve demissões de CCs ligados aos parlamentares que votaram a favor da abertura do processo de impeachment.
Na sexta-fera(24), o prefeito determinou a exoneração do titular da Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer (SMCEL), Ildo Caçapava Júnior. Agora ex-secretário, Ildo é filho da presidente da Câmara de Vereadores, Jussara Caçapava (Avante). Além dele, outros indicados da vereadora foram desligados da prefeitura.
O blog apurou, em primeira mão, que o substituto de Júnior no comando da pasta será a advogada e ex-vereadora Sueme Pompeo de Mattos, sobrinha do deputado federal Pompeo de Mattos (PDT). É a terceira vez que Sueme assume a direção da Secretaria. Ocupou o mesmo cargo em 2022 e 2024, sendo substituída na ocasião pelo próprio Ildo.
Nomes ligados aos vereadores Zeca dos Transportes (MDB), Otoniel Gomes (MDB) e Gilson Stuart (Republicanos), também foram exonerados. Zeca e Stuart compõe a CP ao lado de Mano do Parque (PL), enquanto o primeiro ocupa a presidência, o segundo atua como membro. Já Otoniel foi líder do governo Wasem/João Paulo no Legislativo.
Com as exonerações confirmadas, outros funcionários da prefeitura que ocupam cargos comissionados foram até a sede do Executivo, na Avenida General Flores da Cunha, onde pediram demissão. Aproximadamente 100 pessoas ligadas aos vereadores Paulinho da Farmácia (PDT), Marcelo Matos (MDB), Sandrinha (Republicanos) e Thiago Eli (PP) entregaram seus cargos.
Os parlamentares também estiveram presentes no ato. O vereador Flávio Cabral (MDB) que está viajando, afirmou que também está entregando cargos indicados por ele na administração municipal.
Apenas quatro dos 17 vereadores votaram contra a abertura do processo de impeachment: Cléo do Onze (MDB), Edison Cordeiro (Republicanos), Uilson Droppa (Podemos) e Claudine Silveira (PP), esposa do vice-prefeito.
O pedido de impeachment aborda a aquisição realizada pelo prefeitura de 14 mil pares de tênis para alunos da rede municipal. Os calçados custaram R$ 1 milhão e foram distribuídos às vésperas das últimas eleições.
Além disso, o repasse de R$ 2,7 milhões a servidora ligada à base política do governo municipal durante o período das enchentes também é citada. Outro ponto é a utilização de perfis institucionais e redes sociais da prefeitura para promover a gestão Wasem/João Paulo, que buscavam a reeleição.
- O prefeito diz que foi surpreendido pela abertura do processo, que contou com votos, inclusive, de sua base aliada. Ele ainda negou que vai renunciar ao cargo.




