Tradicionalmente, maio sempre foi um mês de festividades na cidade. Dia 15 é comemorado o aniversário de Cachoeirinha, que este ano completou 58 anos. Vários shows estavam programados para acontecer no Parcão Municipal, mas quem acabou dando show mesmo foi a população. Diante da maior tragédia climática que assolou o Estado, que desalojou os primeiros 105 munícipes no dia 30 de abril, a cidade rapidamente se mobilizou providenciando abrigos, colaborando nos resgates de pessoas e animais que ficaram isolados, ajudando na arrecadação, organização e distribuição de donativos, na preparação de alimentos, no acolhimento de centenas de famílias, na busca de soluções para todos os problemas que cada dia desafiavam o poder público, a sociedade, as organizações sociais. Acompanhe alguns destes fatos na linha do tempo:
– No dia 1º de maio, 179 famílias foram alojadas na Praça da Juventude. A cidade chegou a ter 29 abrigos, que acolheram quase duas mil pessoas, não apenas de Cachoeirinha, mas de cidades vizinhas também. Atualmente são 17 abrigos, com 796 abrigados.
– No dia 3 de maio, a Defesa Civil Municipal emitiu um alerta de evacuação num raio de 600 metros do Dique (que depois se ampliou para 1,5 km), devido ao risco de transbordamento. Foi iniciada a operação de resgate e acolhimento das famílias dos bairros que acabaram sendo atingidos rapidamente.
– As aulas foram suspensas em 2 de maio, sendo retomadas somente no dia 27.
– A Ponte foi bloqueada nos dois sentidos no dia 3 de maio. Só começou a ser liberada no dia 22.
– No dia 4 de maio, mais de 2 mil pessoas já estavam desalojadas e o voluntariado foi mobilizado para a força-tarefa de ajuda aos desabrigados. Foram dezenas de pessoas famosas que gravaram vídeos em apoio à Cachoeirinha, e outras dezenas de anônimos, que trabalharam em prol da solidariedade. Ao todo, foram mobilizadas centenas de pessoas, inclusive de servidores públicos que trabalharam voluntariamente nos finais de semana e fora do horário.
– No dia 4 de maio, o acesso à Porto Alegre pela Av. Assis Brasil foi fechado, restando como única alternativa a RS 118.
– Mesmo com mais de 300 servidores atingidos pela enchente e boa parte sem conseguir se deslocar até a Prefeitura, as secretarias municipais se mobilizaram. Confira algumas das ações: recreação e apoio emocional foram levados aos abrigos pelos profissionais da Smed; a vacinação dos abrigados foi garantida pelas equipes da Saúde, bem como atendimento médico, odontológico, psicológico e dos setores de Vigilância Epidemiológica e Ambiental, além do serviço de telemedicina para a população, em função de alguns postos de saúde fechados e dificuldades de deslocamento, e do serviço de escuta psicológica on-line na área da Saúde Mental; a sede da SMCAS foi aberta de segunda a segunda para receber e distribuir doações; a secretaria da Habitação, em conjunto com a Defesa Civil e SMCAS, promoveu diversas ações para cadastramento das famílias atingidas pela enchente para ter acesso a benefícios que foram disponibilizados pelos governos Estadual e Federal; o Gabinete da Primeira-Dama organizou mutirões de distribuição de agasalhos em diferentes pontos da cidade, além de mobilizar parceiros na arrecadação; o Gabinete do Prefeito, do Vice-Prefeito, o Secretariado e entidades governamentais e não-governamentais reuniram-se quase diariamente no Comitê de Crise criado para pensar soluções para os problemas enfrentados; a Smed e a SMCAS forneceram almoço, jantar e lanches para os abrigos da cidade; o setor de Bem Estar Animal realizou castrações e atendimento veterinário para os animais abrigados e os de rua; entre muitas outras ações.
– Empresas e pessoas físicas distribuíram água potável à população devido à falta d’água prolongada que castigou todo o Estado, em função das estações da Corsan ficarem submersas. Uma obra emergencial, na Av. Papa João XXIII, foi realizada para restabelecer o fornecimento para a cidade. Alguns bairros em regiões mais altas chegaram a ficar mais de 20 dias sem água.
– No dia 11 de maio, com apoio de técnicos voluntários, foi construída uma alternativa de drenagem no dique para bombear a água dos alagamentos de volta para o rio.
– Em 20 de maio, com o recuo das águas, começou a força-tarefa de limpeza da cidade, que está sendo feita de forma ininterrupta, mesmo com chuva, nas regiões mais afetadas. Até o dia de hoje, forma coletadas mais de 800 toneladas de entulho. São 15 caminhões, 10 retroescavadeiras, 3 caminhões-garra, um hidrojato e mais de 40 trabalhadores.