Uma comissão de moradores de Cachoeirinha, composta por famílias de sete bairros, todos atingidos pelas enchentes provocadas pelos eventos climáticos que avançaram pelos municípios gaúchos em maio de 2024, se reuniram na semana passada e voltaram a questionar o poder público sobre o cronograma das obras de contenção contra as inundações. O porta voz dos moradores, Elenilson Portela, afirmou que a preocupação só aumenta, pois não se vê nenhuma movimentação e nenhuma intervenção de obra em lugar algum da cidade.
Conforme ele, no bairro Parque da Matriz não existem estudos e nem projetos de contenção contra as cheias. A extensão do dique de Cachoeirinha até Canoas tem previsão somente para 2031. Já a casa de bombas da João Pessoa precisa ser erguida na nova cota de inundação e há problemas dos condutos forçados.
O líder comunitário ainda reivindica a isenção do IPTU para 2026 e, segundo ele, a desobstrução dos bueiros também é um grande gargalo, pois as ações paliativas não são suficientes para evitar os alagamentos no bairro. A obra de revitalização do Arroio Passinhos prevista para acontecer na rua Telmo Dorneles já era para ter começado e estar em andamento, mas sequer começou, diz ele.
Já foram realizadas várias reuniões com o poder Executivo, mas nada de concreto tem sido feito. Ele tem receio que as famílias voltem a perder o pouco que restou de seus bens em uma nova enchente.
A prefeitura de Cachoeirinha informou que já aconteceram as melhorias regulares na região do Parque da Matriz com recursos do Município, entre elas hidrojateamentos, trocas de tubulações e limpeza de arroios (em especial, o Passinhos).
Os serviços seguem sendo executados regularmente. Inclusive há uma obra de extensão do Passinhos prevista e está em processo de licitação para a escolha da empresa que executará os trabalhos.
Quanto ao programa Cachoeirinha 2050, que receberá recursos do Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura (AIIB), que resultará em mudanças estruturantes para a cidade e, consequentemente, para o Parque da Matriz, este entrará em execução após a assinatura do contrato, que deverá acontecer em novembro durante a COP30, em Belém.
Por sua vez, a Secretaria da Reconstrução Gaúcha informou que a cidade está em fase de elaboração de projetos e elementos técnicos para obter os recursos do Fundo a Fundo da Reconstrução. Algumas iniciativas previstas são a reforma de casas de bombas, contratação de projeto para novas casas de bombas, recuperação de dique, recuperação da rede de drenagem e hidrojateamento.
O governo do Estado já confirmou R$ 403,4 milhões em recursos para municípios afetados pelas enchentes. Uma das cidades que possuem repasses aprovados é Gravataí, que receberá R$ 11,4 milhões.




