O Pampa é o bioma predominante na região metropolitana de Porto Alegre e, de todas as áreas verdes ainda existentes, a maior delas se concentra no popular Mato do Júlio, localizada na Avenida Flores da Cunha, em Cachoeirinha. Os 256 hectares de terra abrangem uma grande cobertura florestal e variedade de espécies de animais, além de abrigar um patrimônio histórico: a Casa dos Baptista.
Em Cachoeirinha, por falta de políticas de preservação, o turismo socioambiental é diretamente afetado. Ademais, o processo acelerado de urbanização nas últimas décadas está ocupando cada vez mais as áreas verdes e um dos grandes desafios da atualidade tem sido equilibrar o desenvolvimento econômico com a preservação ambiental.
O esforço para manter a cultura e a memória da Casa dos Baptistas foi tema do programa “É isso aí” do comunicador Chico Pereira ao receber mensagem de Tarcisio Borba, representante do Rotary Club de Cachoeirinha.
Ele menciona que o Mato do Júlio é o mais importante ponto turístico da região e a preservação ambiental deste espaço é fundamental para para promover o turismo socioambiental equilibrado e responsável, apesar da ganância e da especulação imobiliária.
Um dos serviços que a preservação presta à natureza é a manutenção da beleza cênica. E a Casa dos Baptistas é um exemplo de espaço natural e bonito, cuja paisagem atrai um grande fluxo de turistas.
“Ficamos muito gratos por teres divulgado e tocado neste ponto crucial e preocupante do município de Cachoeirinha.
Foram palavras sábias, inspiradas e que, com toda certeza chegará ao conhecimento das autoridades municipais.
Como bem mencionaste, é o maior e melhor “ponto turístico” de Cachoeirinha. Está ali aos nossos olhos e à espera de uma solução. Falta iniciativa e visão de futuro como disseste à moda de José Loureiro da Silva.
Infelizmente não temos administradores como Prefeitos, temos apenas políticos. Se não der voto, não interessa.
Gratidão sempre, meu caro amigo, por levantares tua voz no deserto, e proclamar aos 4 ventos esta “chaga” que Cachoeirinha carrega consigo, sem dar uma solução que fique bom para todos”, agradeceu Borba, em mensagem direta ao comunicador.
O primeiro registro moderno
da casa colonial dos Baptistas é um artigo publicado pelo historiador Francisco Riopardense de Macedo na coletânea “Rio Grande do Sul: Terra e Povo (1964)”. Neste artigo, Macedo define
“Estância dos Baptistas” como representativa da arquitetura luso-brasileira em um processo
de urbanização com a chegada da família real, de 1809 a 1832, com objetivo de fortalecer a
presença portuguesa neste território. Cabe recordar que “Estância” era uma instalação rural
onde vivia a família do grande proprietário de terra, seus escravos e alguns trabalhadores
livres.
Com risco de desabamento, Casa dos Baptistas precisa ser preservada
O empenho coletivo pelo reconhecimento, proteção e conservação do patrimônio
histórico, arqueológico e cultural, é tão grande que moradores do município com frequência
registram imagens de drones da área Mato do Júlio e da Casa dos Baptistas para ficarem por dentro de sua situação. O Coletivo Mato do Júlio colheu imagens produzidas entre 2021 e 2023,
com objetivo de divulgação, para que toda população tivesse acesso. E a amostragem deste estudo é preocupante: a casa centenária dos Baptistas deve ser preservada antes de entrar em colapso. O alerta surgiu após o drone observar em 20 de janeiro deste ano que parte superior da edificação, onde ficava a senzala, desmoronou.
