Qual é o impacto do tradicionalismo na economia do Rio Grande do Sul? Em 2023, o valor chegou a 4,5 bilhões, conforme aponta a pesquisa inédita intitulada A participação do Tradicionalismo no Produto Interno Bruto do Rio Grande do Sul. Ela foi divulgada na terça-feira (10/9), no Piquete Negrinho do Pastoreio, do governo do Estado, no Acampamento Farroupilha. O estudo foi coordenado pela Universidade Feevale, em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec), e contou com a participação das pastas do Turismo (Setur), da Cultura (Sedac) e da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi).
Essa foi a primeira pesquisa mostrando o tradicionalismo como um setor produtivo e que se dedicou ao mapeamento de eventos, como rodeios e festas, de itens culturais, como pilchas e alimentos. O estudo ocorreu de julho de 2023 a abril de 2024, com nove eixos categorizados e mensurados. O método de trabalho incluiu formulação de hipóteses, análise dos segmentos do tradicionalismo e definição de coleta de dados, entre outros instrumentos.
O titular da Sedec, Ernani Polo, reforçou a importância da pesquisa. “É um instrumento fundamentado por meio de um estudo científico, o que dá mais credibilidade para quem vive do tradicionalismo e não tinha números do setor para organizar as suas atividades. É um olhar do tradicionalismo sob a perspectiva de um setor socioeconômico, além de cultural”, disse.
“A Secretaria de Turismo tem a diretriz de priorizar, dentre os produtos turísticos do Estado, o turismo cultural tradicionalista. Mas tudo isso precisa estar comprovado não só pela paixão de quem defende a causa, mas em números, como no caso de qualquer indústria. Para lançar um produto no mercado são necessários dados estatísticos que assegurem um bom negócio. É o que fizemos aqui hoje”, afirmou o titular da Setur, Ronaldo Santini.
“Muito além da cultura, que já é um ativo importantíssimo do nosso Estado, poder mensurar economicamente quanto o tradicionalismo movimenta anualmente no RS nos dá a capacidade de planejar melhor as políticas públicas para o setor, além de buscar incentivos e fomento para essa cadeia produtiva que gera desenvolvimento e renda em cada município gaúcho”, ressaltou o chefe de gabinete da Seapi, Joel Maraschin.
O reitor da Universidade Feevale, José Paulo da Rosa, pontuou que é um prazer para a Instituição contribuir como o estudo. “A Feevale tem o propósito de construir uma comunidade melhor. Tenho convicção de que, com mais atividades tradicionalistas, conseguiremos fazer isso. Quando apoiamos um projeto como esse, é por entendermos a importância do tradicionalismo e do quanto uma universidade pode contribuir através de sua cientificidade”, destacou.
Eixos do tradicionalismo
Dados preliminares do estudo foram apresentados durante o 35º Rodeio Crioulo Internacional de Vacaria, em fevereiro, quando já se indicava a importância dos rodeios na economia do Estado. Na fase final, os dados foram divididos em nove eixos que movimentam a economia e cujos valores são:
Rodeios: R$ 2 bilhões
Festas: R$ 613,4 milhões
Música: R$ 220 milhões
Cavalo crioulo: R$ 1 bilhões
Radiodifusão: R$ 2,3 milhões
Projetos culturais: R$ 65,8 milhões
Erva-mate: R$ 396 milhões
Cutelaria: R$ 96 milhões
Churrasco: R$ 106,5 milhões