Moradores de Cachoeirinha procuraram a Assembleia Legislativa para apresentar uma série de preocupações relacionadas às medidas de prevenção a novas enchentes, relatando que a Prefeitura ainda não realizou serviços e obras necessárias para evitar que a situação de maio de 2024 se repita. Para piorar, alguns bairros do município seguem sendo alagados após qualquer episódio de chuva. Os parlamentares estão cobrando do Executivo municipal e da Secretaria de Obras Estadual esclarecimentos acerca da situação atual dos projetos necessários.
Uma das preocupações trazidas não só pelo presidente municipal do PSOL, Lucas Cardoso, mas pelo grupo de moradores foi a situação das obras de extensão dos diques entre o município de Cachoeirinha e a Base Aérea de Canoas. Acredita-se que os projetos técnicos para a extensão dos diques existam desde 2015. No entanto, eles encontram-se paralisados, sem avanços concretos.
Em seu gabinete, a deputada Luciana Genro recebeu o relato de dezenas de populares que ainda temem que a enchente possa bater à sua porta novamente. Uma moradora da Rua Nossa Senhora da Boa Viagem, por exemplo, teve sua casa submersa por cerca de 30 dias no mês de maio de 2024. Eram cerca de três metros de água dentro da residência! Um ano se passou e parece que nada foi feito nas proximidades da sua residência que é voltada para o Rio Gravataí, separada deste apenas pelo dique de contenção, relatou a parlamentar.
Considerando a importância estratégica dessas estruturas para a proteção das áreas urbanas densamente povoadas e ainda a essencialidade da preservação ambiental da região, a deputada solicitou, via ofício, à secretária de Obras Públicas do Estado do Rio Grande do Sul, Izabel Matte, que seja esclarecida qual é o atual estágio desses projetos. Já existindo um projeto aprovado, a deputada busca saber quais são os entraves administrativos, financeiros ou ambientais que impediram o avanço ou a execução desses desde sua elaboração.
A necessidade dos serviços de drenagem urbana para prevenção de alagamentos nos bairros também é uma questão trazida pelos moradores. Foi relatado que, apesar do hidrojateamento estar ocorrendo nas bocas de lobo de diversas ruas da cidade, os moradores identificaram que as tubulações estão completamente obstruídas por sedimentos. Isso poderia estar comprometendo de forma significativa a eficácia do serviço e a drenagem adequada da água da chuva. Os bairros onde alagamentos são mais frequentes são: Santo Ângelo; Jardim América; Vila da Paz; Jardim Conquista; Parque da Matriz; Vila Eunice Velha.
Foi enviado ao prefeito do município, Cristian Wasen, um ofício solicitando que a prefeitura tome as providências cabíveis para verificar a real situação das redes de drenagem pluvial e, se necessário, realize o mais rápido possível a desobstrução e limpeza da tubulação para garantir o funcionamento adequado do sistema, evitando alagamentos e demais transtornos à população.
Ainda sobre as obras em respostas às enchentes, também foi solicitado ao prefeito o esclarecimento sobre o andamento da construção da nova casa de bombas na Avenida Dr. Nilo Peçanha. A ausência de informações atualizadas sobre o projeto tem gerado angústia entre os moradores, que se sentem desassistidos e sem retorno por parte do poder público municipal.
