O Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa) realizado em Gravataí inspecionou 2.806 imóveis, distribuídos em 527 quarteirões de 37 localidades, e identificou um Índice de Infestação Predial (IIP) de 1% no município. O resultado enquadra a cidade em situação de alerta, conforme critérios do Ministério da Saúde, que considera índices abaixo de 1% satisfatórios, entre 1% e 3,9% como alerta e acima de 4% como risco de surto de dengue.
De acordo com o responsável técnico do Núcleo de Vigilância dos Riscos e Agravos Ambientais Biológicos (NVRAAB), Róbinson Martins Korschner, o LIRAa é fundamental para orientar as ações de saúde. O levantamento permite identificar áreas com maior infestação, os principais tipos de criadouros e direcionar estratégias mais eficazes de controle e prevenção do Aedes aegypti.
A metodologia divide o território urbano em 12 estratos, reunindo localidades com características semelhantes, o que garante amostragem representativa e análises mais precisas sobre a presença do mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya.
Entre os criadouros encontrados, 71,8% estavam em recipientes como potes, pratinhos de vasos de plantas, pequenas fontes ornamentais e materiais de construção. Pneus representaram 12,8% dos focos e depósitos para armazenamento de água ao nível do solo, 7,7%. Outros locais, como lixo, calhas, ralos, piscinas sem tratamento e depósitos naturais, apareceram em menor proporção.
A análise por estrato apontou regiões com baixo risco de transmissão e outras em médio risco, com IIP máximo de 2,6%, o que reforça a necessidade de ações permanentes de vigilância. A coordenadora do NVRAAB, Clarissa Spolaore, destaca que a participação da população é decisiva, já que entre 70% e 80% dos criadouros estão dentro ou no entorno das residências.
A Secretaria Municipal de Saúde mantém as ações contínuas de controle e orienta a população a adotar cuidados simples no dia a dia, como revisar pátios, calhas, vasos de plantas e recipientes que possam acumular água.




