Blog do Chico Pereira

Chico Pereira nasceu em Gravataí, habilitado em jornalismo (DRT 10548) possui 35 anos de colunismo. Trabalhou no Jornal do Comércio, Folha do Vale, Correio de Gravataí e Jornal Momento Regional, trabalhou também em rádio e tv.

É sócio fundador da Federação Brasileira de Colunistas e Associação dos Colunistas do Rio Grande do Sul, e recentemente recebeu homenagem na Assembleia Legislativa do RS, em reconhecimento ao seu trabalho na área da comunicação.


Conab prevê safra de 33,5 milhões de toneladas de grãos no Rio Grande do SulEstimativa aponta queda de 8,9% na produção gaúcha, puxada pela soja

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A produção de grãos no Rio Grande do Sul está estimada em 33,5 milhões de toneladas na safra 2024/25, segundo o 8º levantamento de safra de grãos divulgado nesta quinta-feira (15) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O número representa uma queda de 8,9% em relação ao ciclo anterior. Já a área plantada deve alcançar 10,4 milhões de hectares, um aumento de 0,4%. Apesar da retração, o estado segue como o quarto maior produtor de grãos do país, atrás de Mato Grosso, Paraná e Goiás, que ocupam, respectivamente, o primeiro, segundo e terceiro lugares no ranking nacional.

As condições climáticas desfavoráveis impactaram principalmente a soja, principal cultura agrícola gaúcha. A oleaginosa enfrenta um cenário contrastante nesta safra: mesmo com aumento de 1,3% na área plantada — estimada em 6,8 milhões de hectares, ou 87,9 mil hectares a mais —, a produção deve registrar queda de 27,3%. A baixa produtividade das lavouras é a principal causa. A estimativa de produtividade média foi revisada para 2.084 kg/ha.

“Registramos uma queda de 2% em relação ao mês anterior, com uma produção estimada 30% abaixo do que foi projetado no início da safra e aproximadamente 45% inferior ao potencial médio da cultura em condições ideais. Com isso, a expectativa para o estado é de 14,3 milhões de toneladas de soja”, afirma o presidente da Conab, Edegar Pretto.

De acordo com o levantamento, as lavouras semeadas mais tardiamente ainda poderiam ter se recuperado e atingido melhores produtividades, mas a ausência de chuvas comprometeu esse cenário, resultando em perdas expressivas. Mesmo assim, o Rio Grande do Sul continua como o quarto maior produtor de soja do país, atrás de Mato Grosso, Paraná e Goiás.

8,3 milhões de toneladas de arroz

Na contramão da soja, o arroz apresenta desempenho positivo no estado. A produção está estimada em 8,3 milhões de toneladas, um aumento de 15,9% em relação ao ciclo anterior. A área cultivada também cresceu, alcançando 951,9 mil hectares — alta de 5,7% na comparação com a safra passada.

O clima seco favoreceu o avanço da colheita, que já alcança 97% da área plantada. Conforme a Conab, a produtividade das lavouras colhidas até agora é considerada muito boa. O bom desempenho é atribuído ao plantio dentro do período ideal e às condições meteorológicas favoráveis, como alta radiação solar, essencial para o desenvolvimento da cultura. Em algumas regiões, no entanto, a limitação da disponibilidade de água exigiu irrigações intermitentes.

5,5 milhões de toneladas de milho

O Rio Grande do Sul também registrou aumento na produção de milho da 1ª safra, que deve totalizar 5,5 milhões de toneladas — alta de 13,5% em relação ao ciclo anterior. O crescimento ocorreu mesmo com uma redução de 11,8% na área cultivada, estimada em 718,7 mil hectares. O estado segue como o principal produtor nacional nessa etapa da safra.

A semeadura foi concluída no fim de fevereiro, e a colheita já superou 93%, com destaque para o Planalto Superior, onde a semeadura é mais tardia. Nessa região, ainda restam áreas a serem colhidas, além das lavouras cultivadas na safrinha. As lavouras ainda em campo apresentam menor potencial produtivo devido à estiagem e às ondas de calor que atingiram o estado. As chuvas de abril amenizaram parte dos impactos, mas não foram suficientes para reverter as perdas. De toda forma, o resultado nessa safra foi muito positivo e a produtividade média é estimada em 7.660 kg/ha, 28,7% acima da safra anterior.

4,1 milhões de toneladas de trigo

Principal produtor nacional de trigo, o Rio Grande do Sul deve colher 4,1 milhões de toneladas na safra 2025, crescimento de 4,4% em relação ao ciclo anterior. O aumento é atribuído à expectativa de boa produtividade, com média estimada em 3.172 kg/ha, baseada em modelos estatísticos.
Apesar disso, a área plantada deve recuar 3,8%, totalizando cerca de 1,3 milhão de hectares. A redução está relacionada à rentabilidade da cultura neste momento, apesar do benefício para o sistema de produção (rotação de culturas com soja e boa palhada para cobertura do solo), boa liquidez do produto final, diluição do custo fixo e utilização do residual dos fertilizantes não utilizados pela soja durante o cultivo de verão.

67,6 mil toneladas de feijão

A produção de feijão preto e de cores no Rio Grande do Sul está estimada em 67,6 mil toneladas, uma queda de 5,7% em relação ao ciclo anterior. A área cultivada recuou 17,3%, totalizando 40,1 mil hectares.

O ciclo do feijão da primeira safra manteve-se dentro de uma estimativa favorável, com leve redução na área plantada e na produção em comparação à temporada 2023/24. No entanto, a partir do segundo ciclo, observou-se um recuo maior na atratividade do preço do feijão em relação a outras culturas de segunda safra, como o milho.

Diante desse cenário, as estimativas de área plantada para o feijão foram revisadas para baixo. Além disso, os meses de março e abril registraram maior irregularidade nas chuvas, fator que impactou negativamente a expectativa de produtividade, indicando um potencial produtivo mais limitado.

Safra brasileira de grãos

Na contramão do cenário gaúcho, a produção brasileira de grãos na safra 2024/25 está estimada em 332,9 milhões de toneladas. O volume representa um aumento de 11,9% — ou 35,42 milhões de toneladas — em relação à safra anterior. O crescimento é impulsionado principalmente pela melhora na produtividade de culturas como soja, milho e arroz, além da expansão de 2,2% na área plantada. A conjuntura de mercado favorável e a expectativa de condições climáticas mais adequadas também contribuem para o desempenho positivo desta temporada.



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