Representantes da APN-VG (Associação de Preservação da Natureza Vale do Gravataí) e integrantes do Coletivo de Preservação Mato do Júlio, entregaram na terça-feira (19), ao IPHAN (Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) no Rio Grande do Sul, um pedido de tombamento da Casa dos Baptistas, em Cachoeirinha, como patrimônio histórico nacional.
A proposta deve ser avaliada por técnicos do Iphan-RS e, posteriormente, encaminhada para a Superintendência Nacional do órgão. O tombamento a nível nacional garante maior proteção ao local e evitaria que o Casarão fosse modificado conforme interesses de ocasião. A partir da inclusão do imóvel nos registros do tombo nacional, por exemplo, ele passa a ser de responsabilidade da legislação federal, o que impediria interferência da prefeitura da cidade.
“Assinamos o pedido de tombamento como Patrimônio Estadual e Nacional da Casa dos Baptistas. Há anos lutamos pela preservação e reconhecimento do Mato do Júlio e da Casa dos Baptistas. Fazer um pedido de reconhecimento histórico exige bastante coisa. Por mais de cinco anos, buscamos essas informações para o reconhecimento que não só dá outro nível de proteção ao imóvel, mas permite ao Estado financiar a Casa. Precisamos que o Mato e a Casa, além de continuarem de pé, tornem-se pontos de referência ambientais e culturais, proporcionando geração de emprego e renda pra nossa comunidade”, se manifestou a entidade através de suas redes sociais.
Nos últimos meses, a APN-VG, grupo ecológico fundado há 35 anos em Gravataí, e o Coletivo Mato do Júlio intensificaram os trabalhos de reunir sugestões para formalizar a proposta de reconhecimento do patrimônio a nível federal, através de coletas de assinaturas de entidades regionais e de representantes políticos.
A casa é a construção mais antiga do município. Foi construída por João Baptista Soares da Silveira e Souza, um açoriano que chegou ao Brasil em 1813. Localizada no Mato do Júlio, na Avenida Flores da Cunha, é a única edificação do período colonial e imperial existente em Cachoeirinha.
Por conta das características açorianas, o grupo solicitou ajuda à presidente da CAERGS (Casa de Açores do Rio Grande do Sul), sediada em Gravataí, Viviane Peixoto Hunter, que também é vinculada ao Governo Autônomo dos Açores, Portugal.
A documentação também foi entregue ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (IPHAE), que estima concluir a análise em cerca de seis meses.
