Um total de 21% das internações hospitalares no Estado poderiam ser evitadas, de acordo com o levantamento sobre a estrutura e funcionamento da rede hospitalar pública no Rio Grande do Sul. O documento foi apresentado hoje (13) à Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Assembleia Legislativa do Estado (ALRS). O estudo, elaborada pelo Centro de Orientação e Fiscalização de Políticas Públicas do Tribunal de Contas do Estado (CPP), foi elaborado pelos auditores de controle externo Isana Oliveira da Silva e Lucas Lunardi.
Isana Oliveira da Silva destacou que uma das causas da ineficiência hospitalar é a má gestão, principalmente em relação aos leitos hospitalares. “Hoje, na atenção hospitalar, o leito é o recurso mais importante. O Estado não tem falta de leitos, mas uma má gestão, visto que o tempo de perma-nência do paciente internado é superior ao recomendado, o que causa a superlotação das emergências”, acrescentou.
A auditora salientou ainda que a ineficiência do Sistema Único de Saúde (SUS) provoca aumento de mortes evitáveis, perda da confiança na saúde pública e piora na qualidade de vida da população, entre outras consequências. O auditor Lucas Lunardi, afirmou que o TCE foca cada vez mais na orientação dos gestores públicos. “Isso não quer dizer deixamos de lado a fiscalização, mas estamos fortalecendo a orientação e a prevenção às possíveis irregularidades”, advertiu.
O deputado Pepe Vargas, que presidiu a reunião, parabenizou o TCE-RS pelo papel orientativo. “O Tribunal de Contas do Estado tem papel de fazer o controle externo da aplicação dos recursos públicos, mas também cumpre esse papel de orientação, o que é muito relevante”, afirmou
O levantamento do TCE-RS levou em conta estudos do Banco Mun-dial (BIRD) e do Tribunal de Contas da União (TCU) que apontam indícios de ineficiência elevada nos hospitais brasileiros e de desperdícios que ameaçam a sustentabilidade do SUS.
Emily Vieira – Assessoria de Comunicação Social