Deputada estadual, Luciana Genro, foi chamada para intervir
A presidente da Câmara Municipal de Vereadores de Cachoeirinha, Jussara Caçapava (Avante), suspendeu a realização de um seminário para debater sobre intolerância religiosa, que aconteceria na noite de quarta-feira (12) no Plenarinho do Legislativo. O evento, organizado pelo líder da N.O.L.T (Nova Ordem de Lúcifer na Terra), Mestre Lukas de Bará da Rua, seria realizado a partir de 19h, porém, sem justificativas, acabou sendo cancelado às 13 horas do mesmo dia, por meio de uma mensagem na página do Facebook da Câmara. Centenas de representantes de religiões de matriz africana, além dos fundadores do polêmico Templo de Lúcifer em Gravataí, compareceram ao local. No entanto, a Guarda Municipal de Cachoeirinha foi acionada e impediu a entrada dos grupos para realizar o evento.
O presidente do Conselho Municipal do Povo de Terreiro, Roberto Antunes, participaria junto com seu partido do lançamento da Frente Parlamentar contra as Multas e Taxas Abusivas da Corsan, também no mesmo local, reclamou que foi barrado no portão e não pode ingressar ao parlamento municipal em razão de suas vestes religiosas. “Cheguei aqui às 18h30 e fui informado pela Guarda Municipal que o evento foi cancelado. Então, sofri dois atos de intolerância religiosa, um por ter sido barrado para entrar no seminário e outro por não me deixarem participar do evento do meu partido”, desabafou o líder religioso.
Acionada por militantes políticos, a deputada estadual Luciana Genro (PSOL) foi ao local e informou que vai ingressar junto ao Ministério Público com uma representação criminal por intolerância religiosa contra a Câmara de Vereadores de Cachoeirinha. “Ninguém pode ser impedido de professar a sua fé, muito menos ter sua entrada barrada em uma Câmara de Vereadores”, escreveu a deputada, em sua rede social. O caso foi registrado na Polícia Civil como intolerância religiosa. Sem apresentar motivação pelo cancelamento do seminário, a vereadora Jussara afirmou que a “casa é democrática” e não houve qualquer tipo de preconceito religioso.
Fontes partidárias à N.O.L.T denunciaram que desde a construção do santuário com a estátua de Lúcifer, em Gravataí, a organização vem sofrendo perseguição religiosa na região. O santuário permanece interditado por determinação da Justiça, desde agosto do ano passado.