O CTG Chaleira Preta, em Gravataí, decidiu encerrar as atividades ao público externo até o fim do ano, por conta de uma ação judicial de cobrança de recursos da Lei Estadual de Incentivo à Cultura (LIC), liberados em 2002. A dívida, que chega a R$ 741 mil, é referente a um evento que sequer teria sido realizado.
Na época, os recursos tinham como proposta a realização de um festival artístico na entidade e somavam R$ 51 mil. Porém, em documento de fevereiro de 2022, a Procuradoria-Geral do Estado estimou a dívida no valor atual.
A Procuradoria-Geral do Estado ainda informou que reconhece o trabalho do CTG, e que deve negociar o pagamento da dívida com a entidade.
Ao menos quatro bailes foram cancelados até o final do ano. Foram mantidos apenas os ensaios das invernadas de danças.
Conhecido pelas atividades sociais e oficinas em que se integra com a comunidade, o Chaleira recebeu a visita de um oficial de justiça na semana passada, que catalogou todos os bens da entidade, para possível penhora.
O CTG teve papel importante durante a enchente: além de abrigar mais de 100 pessoas, serviu de ponto de colega de donativos, tendo recebido 28 toneladas de alimentos e roupas. Por dia, os voluntários cozinharam cerca de 300 viandas.