A rodovia Marechal Osório, conhecida como Freeway, que liga Porto Alegre a Osório, passando por Gravataí, completa 50 anos de construção no próximo dia 26. Trata-se da primeira autoestrada brasileira construída para ligar o litoral gaúcho a Porto Alegre.
A rodovia nasceu num momento em que o Governo Federal estava investindo em grandes obras rodoviárias, o chamado “milagre econômico”, período que caracterizou a administração do presidente gaúcho Emílio Garrastazu Médici. O próprio Médici inaugurou, na manhã do dia 23 de setembro de 1973, a rodovia, junto com o então ministro dos Transportes, Mário Andreazza.
Antes da Freeway, a única ligação direta das regiões central, sul, fronteira oeste e região metropolitana da capital gaúcha com o litoral norte ocorria pela RS-030, mais conhecida como Estrada Velha. Esta rodovia de pista simples, bastante sinuosa, já não suportava o tráfego cada vez mais intenso e perigoso, que mesclava veículos de passeio, ônibus e, sobretudo, caminhões, já que, por ali, também entravam e saíam do Estado as principais cargas transportadas pelo modal rodoviário.
A viagem pela Estrada Velha, começava por Gravataí – a passagem era por dentro da área urbana –, prosseguia por Glorinha e tinha parada obrigatória em Santo Antônio da Patrulha. Embora este município, fundado em 1811, seja um dos quatro mais antigos do RS, os veranistas não paravam ali para desfrutar do turismo histórico, mas para saborear os famosos e tradicionais sonhos e rapaduras da cidade. Tudo isso mudou com o corte da fita da nova rodovia.
Dois meses após a rodovia ser entregue ao público, começou a ser cobrado pedágio. Todavia, em 1989 a cobrança de pedágio foi extinta. Os recursos escassearam justamente no momento em que começava a se firmar o Mercosul, do qual o Rio Grande do Sul foi o principal corredor de escoamento de produtos vindos da Argentina, e a BR-290, a partir de Uruguaiana (seu final) seria naturalmente a rota principal, em combinação, mais adiante, com as BR-116 ou 101, margeando o litoral norte até Santa Catarina.
Com a dificuldade do Governo Federal em dispor de recursos para a manutenção da malha rodoviária, foi criado, em 1994, o Programa de Concessão Rodoviária, no qual a Free Way foi incluída. Em 4 de julho de 1997, as construtoras Triunfo, de São Paulo, e SBS, de Porto Alegre, criaram oficialmente a Concepa – Concessionária da Rodovia Osório-Porto Alegre S/A – que passou a administrar a rodovia por um período de 20 anos.
Com o reinício da cobrança de pedágio, no final de 97, a Freeway teve suas pistas acrescidas de mais uma faixa de rolamento, com a configuração provisória de 3,50m (faixas da esquerda e central) e 3,00m (faixa da direita), além de acostamento externo de 2,00m. O acostamento interno foi suprimido. Também foram construídos 130 refúgios, locais que permitem uma parada segura, para emergências ou descanso, à margem da rodovia. Ao mesmo tempo, iniciou-se o alargamento da rodovia, cuja configuração, agora definitiva, passou a contar com três faixas de 3,75m, acostamento interno de 2,00m e externo de 3,00 metros. O trecho compreendido entre Cachoeirinha e Porto Alegre foi concluído nos dois sentidos, com este perfil. Outra série de melhoramentos e aperfeiçoamentos tornou a Free Way uma das cinco rodovias mais seguras e com melhores condições de trafegabilidade do País. Hoje administrada pela CCR ViaSul, são duas praças de cobrança de pedágio: em Santo Antônio da Patrulha (km 19), em Gravataí (km 60).