A seca vem assolando duramente o rio Gravataí e os reflexos disto podem já ser notados também na fauna local. Nos banhados próximos ao bairro Parque dos Anjos, em Gravataí, peixes mortos são visíveis na margem, acompanhados de um forte odor. Há locais em que a água está de cor verde brilhante. Áreas imensas onde antes havia água em abundância agora apresentam apenas um solo rachado e morto.
Um estreito riacho é tudo o que restou do largo curso d’água, enquanto pássaros revoam pelo local em busca de alimento. A captação para usos que não sejam para consumo humano foi suspensa nesta sexta-feira pelo terceiro dia seguido, conforme os gatilhos estabelecidos pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), com o nível do Gravataí considerado crítico.
Perto dali, alguns membros da Sociedade de Caça e Pesca de Gravataí, que tem por volta de 300 sócios, relatam que a profundidade do canal deveria estar, pelo menos, com uns três metros, mas há lugares em que está meio metro, e outros em que não há um palmo.
Neste ponto, afirmam alguns, o banho não é recomendado, em razão da poluição e da turbidez da água, que, reforça-se, não é o local onde ela é coletada pela Corsan para o consumo humano. Conforme pescadores, não é incomum o rio estar com esta profundidade neste período do ano. De acordo com eles, as águas do Guaíba com frequência chegam a entrar e subir pelo Gravataí até o local. No entanto, a seca não prejudicou tanto as atividades.
Há diversas réguas da Rede Hidrometeorológica Nacional da Agência Nacional de Águas (ANA), indicando que o monitoramento é realizado e o local é utilizado como parâmetro para as medições do nível oficial. Na manhã desta sexta-feira, o nível ali estava abaixo de 1,50 metro. E conforme o boletim especial de estiagem da Sema, a cota na Estação de Tratamento de Água (ETA) Alvorada era de 1,24 metro, enquanto no Passo dos Negros, também em Gravataí, 63 centímetros.