Duas pedras históricas da antiga indústria Riopel, localizadas quase dentro do rio Gravataí, podem ganhar novo destino. Conhecidas como “molaças”, essas rodas de granito bruto, com cerca de mil quilos cada, eram usadas na maceração de papel velho hidratado, etapa essencial no processo de fabricação de papelão. A Riopel foi a segunda indústria da história de Gravataí, fundada por Guilhermo Ventura — nome hoje presente em uma das ruas da cidade — e se instalou às margens do rio, de onde vem seu nome.
A proposta de preservação foi apresentada pelo leitor Dalton Fonseca, que procurou o comunicador Chico Pereira para dar voz à ideia. Notoriamente conhecido por divulgar iniciativas populares que muitas vezes se tornam realidade, Chico se engajou na divulgação da proposta. Dalton sugere que as pedras sejam retiradas da margem do rio e instaladas na praça do bairro Caça e Pesca, com uma placa explicativa sobre sua função e o valor histórico da Riopel.
Fundada em 1958, a Riopel reciclava papel que, já umedecido, era passado por esses moinhos de pedra, que o picavam antes da transformação em papelão. A presença da Riopel e da Ecotrom foi decisiva para a prosperidade econômica daquela parte da cidade.
O resgate e a exposição dessas peças seriam um gesto simbólico de valorização da memória industrial de Gravataí, celebrando a história local e educando novas gerações sobre as raízes do município.




