O Cremers (Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul) voltou a criticar a instalação de cursos de Medicina na Região do Vale do Gravataí. Desta vez, a entidade considerou um erro a autorização dada pelo Ministério da Educação (MEC) para a criação de 60 vagas num novo curso de Medicina na Cesuca, em Cachoeirinha. A instituição pertence ao grupo Cruzeiro do Sul Educacional. A aprovação partiu da Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior.
“Não há qualquer justificativa, à luz da demanda de saúde, para a criação de mais esse curso de Medicina na Região Metropolitana. Sequer há uma instituição hospitalar aparelhada para oferecer conhecimento técnico e funcionar como hospital-escola”, afirmou o presidente do Cremers, Eduardo Neubarth Trindade.
Os leitos utilizados para justificar a abertura do novo curso estão espalhados pelos hospitais da região, o que é considerado uma maneira de burlar a exigência do próprio MEC. “Justamente no momento em que estamos discutindo a qualidade da formação médica, o próprio Ministério da Educação conspira contra esse objetivo”, completou o presidente do Conselho.
GRAVATAÍ
O Rio Grande do Sul conta hoje com 20 faculdades de medicina, presentes em 14 municípios. A qualidade destas escolas, contudo, vem sendo questionada pelas entidades do setor.
Em nota pública recente, que ilustra bem este cenário, o Cremers considerou como “absurda” e “ilusória” uma campanha publicitária de uma universidade de que ofertava vagas de graduação em Medicina em Gravataí, sem que os cursos tivessem autorização do MEC, enquanto o processo seletivo ainda está sub judice. “Inclusive, usa de má fé ao anunciar em letras pequenas que o curso de Medicina ofertado não tem autorização do Ministério da Educação e o processo seletivo está sub judice. Cabe ao Cremers esclarecer aos interessados em ingressar nos cursos de Medicina que as vagas não estão garantidas e podem ser suspensas pela Justiça a qualquer momento”, protestou o Cremers em nota recente.